Portugal tem localidades com paisagens lindíssimas e um património histórico fascinante. Hoje vamos passear até à lindíssima cidade de Beja.
A cidade de Beja situa-se no Baixo Alentejo, está implantada numa elevação com 277m de altitude, dominando a vasta planície envolvente.
Foto: Flickr_dewartist
A cidade de Pax Julia terá sido fundada ou por Júlio César ou por Augusto. Foi capital do conventus Pacensis e administrou juridicamente uma das regiões que constituíam a província da Lusitânia (as outras duas capitais eram Santarém e Mérida). Foi também uma Civitas, ou seja, cidade responsável pela administração de uma região (tratava-se de áreas mais ou menos equivalentes aos nossos distritos) e Colonia.
Foto: Flickr_Vitor Oliveira (Portuguese Eyes)
O processo da Reconquista fez-se sentir de forma muito violenta em Beja. As muralhas foram completamente destruídas, a cidade quase deixou de existir. O Foral de D. Afonso III é muito claro: havia que repovoar a cidade e reconstruir as suas muralhas; a cidade ficaria dotada com um novo sistema defensivo, constituído pelo castelo com torre de menagem e novo pano de muralhas.
A visitar:
■ Castelo de Beja
O castelo apresenta uma combinação de estilos românico, gótico, manuelino e maneirista. A sua reconstrução iniciou-se durante o reinado de D. Afonso III, a torre contudo seria terminada no reinado de D. Diniz. A Torre de Menagem, em estilo gótico, constitui um dos melhores exemplos da arquitectura militar portuguesa. Tem uma altura de quarenta metros e divide-se interiormente em três andares, cujas salas são decoradas. Na sua parte exterior realçam-se a janela geminada, a janela de ferradura de tradição mudejar e um balcão circundado de matacães.
■ Arco Romano/ "Portas de Évora"
O arco romano encontra-se anexo ao Castelo. Acredita-se que este arco romano tenha sido erguido entre os séculos III e IV, juntamente com as restantes muralhas. Trata-se do único exemplo existente que testemunha a aplicação do modelo de cidade ideal romana, e que consistia na intersecção de duas vias principais orientadas no sentido Oeste - Este e no sentido Norte - Sul.
Foto: http://www.geolocation.ws/
■ Igreja de Santa Maria da Feira
A Igreja de Santa Maria da Feira é uma das mais antigas igrejas de Beja e, segundo alguns autores, terá funcionado primitivamente como mesquita. Trata-se de um dos melhores exemplo do gótico alentejano. Preserva a estrutura gótica da ábside, sendo de realçar, ainda, a galilé, os altares barrocos e a "Árvore da Vida", representada numa capela lateral. A torre sineira medieval possui um precioso sino do século XIV.
Foto: patrimoniobejense.blogspot.com
■ Núcleo Visigótico do Museu Regional de Beja/Igreja de Santo Amaro
Localiza-se próximo do castelo mas na zona extra-muros. Trata-se de uma igreja basilical, cuja fundação remonta à Alta Idade Média.
Foto: http://www.museuregionaldebeja.net
Apesar de ter sofrido diversas alterações ao longo dos séculos conserva ainda parte da nave central. Actualmente acolhe o Núcleo Visigótico do Museu Regional de Beja, cuja colecção de elementos arquitectónicos constitui o mais importante conjunto conhecido no território nacional. A sua existência justificou a classificação da cidade de Beja como capital do Visigótico em Portugal.
Apesar de ter sofrido diversas alterações ao longo dos séculos conserva ainda parte da nave central. Actualmente acolhe o Núcleo Visigótico do Museu Regional de Beja, cuja colecção de elementos arquitectónicos constitui o mais importante conjunto conhecido no território nacional. A sua existência justificou a classificação da cidade de Beja como capital do Visigótico em Portugal.
Foto: Epoca Visigotica (algarvivo.com)
■ Igreja da Misericórdia
Igreja da Misericórdia foi construída no séc. XVI. Trata-se de um exemplo ímpar da arquitectura renascentista de forte influência italiana, inspirada na famosa Loggia da cidade de Florença, sobressai a sua colunata sobre planta quadrada. Foi inicialmente projectada para açougues, contudo o seu impacto foi tão forte que rapidamente se considerou ser demasiado nobre para funcionar como mercado, adaptando-se rapidamente o edifício a igreja. O seu mecenas foi o Infante D. Luís, terceiro Duque de Beja, que continuaria a obra de seus ancestrais, enobrecendo a cidade de Beja e dotando-a de importantes espaços.
Foto: barryshostak
■ Convento de S. Francisco - Pousada de Portugal
Situado fora das Muralhas, junto à antiga via que ligava Beja a Mértola, foi fundado no século XIII. Sofreu profundas alterações sobretudo no século XVIII, que praticamente lhe imprimiram o seu aspecto actual. De destacar a singularidade da Capela sua dos Túmulos, a Cisterna, as pinturas da Sala do Capítulo e o Coro Alto Actualmente faz parte da rede da ENATUR - Pousadas de Portugal. Monumento Nacional (Capela dos Túmulos).
■ Museu Regional de Beja
O Convento de Nossa Senhora da Conceição foi concluído por ordem dos primeiros duques de Beja, D. Fernando e D. Brites, pais da Rainha D. Leonor e do Rei D. Manuel. Sob o protectorado destes nobres foi um dos mais ricos conventos do Sul do país. Nos finais do século XIX e inícios do século XX, a cidade de Beja foi palco de grandes destruições patrimoniais; deste antigo convento sobreviveu apenas a igreja, o claustro, a sala do capítulo e divisões adjacentes. Presentemente encontra-se ali instalado o núcleo central do Museu Regional de Beja (Museu Rainha D. Leonor) cujo espólio é composto por importantes colecções, destacando-se as de ajulejaria, arte sacra, pintura e arqueologia.
Foto:PortugalRomano.com
■ Ermida de Santo Estevão
Trata-se de uma das ermidas mais antigas de Beja, tendo sido fundada em finais do século XIII para jazigo do cavaleiro Estêvão Vasques. Em 1915 foi doado à Santa Casa da Misericórdia de Beja, tendo acabado por funcionar como celeiro. Em 1940 foi restaurado e reabriu ao culto. É uma capela de uma nave e capela-mor, totalmente abobadada, característica do gótico da época de D. Dinis, com notória influência franco-borgonhesa. No período barroco a fachada principal foi enriquecida e, no início do século XX foram introduzidos diversos elementos de carácter neo-gótico, nomeadamente, mobiliário.
Foto: RotasTuristicas
■ Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres
Capela datada de 1672 composta por dois corpos distintos. A fachada simples não denuncia a riqueza artística do seu interior. Aqui encontra-se um dos mais importantes repositórios de arte sacra da cidade e um conjunto de azulejos com grande beleza, composto por painéis historiados de 1698 da autoria do pintor Gabriel del Barco. O corpo da igreja encontra-se revestido por talha barroca e azulejos do século XVIII.
Foto: skyscrapercity
■ Ermida de Santo André
Localiza-se no arredores da cidade, nas proximidades das muralhas de Beja. De acordo com a tradição local, a Ermida de Sto. André é uma obra que foi fundada em 1162 pelo rei D. Sancho I, para comemorar a hipotética conquista da cidade aos mouros. Dessa época não restaram quaisquer vestígios materiais, que desapareceram devido à construção do novo templo nos inícios do reinado de D. Manuel I (c.1500).
■ Sé Catedral de Beja - Igreja de Santiago Maior
Edifício do século XVI, foi construída por vontade do arcebispo D. Teotónio de Bragança segundo um projecto de Jorge Rodrigues. Em termos de arquitectura, este templo segue a tipologia maneirista. No década de 1930, o bispo de Beja Dom José do Patrocínio Dias, solicitou à Santa Sé a elevação da Igreja de Santiago Maior a Sé Catedral de Beja, consagrada ao Sagrado Coração de Jesus, sendo a única em Portugal que não segue a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Foram então efectuadas obras de restauro, nas quais se valorizaram as componentes maneiristas e barrocas, e enriqueceu-se o tesouro da Sé com peças de arte sacra provenientes de conventos extintos de Lisboa e do património da Casa de Bragança.
■ Jardim Público ou Jardim Gago Coutinho e Sacadura Cabral
É um Jardim centenário, inaugurado em 1871. Foi devastado por um ciclone em 1941, tendo-se posteriormente procedido a uma profunda reestruturação. É um espaço de convívio, lazer e entretenimento da cidade.
Foto: Tex Willer blog
Gastronomia
Relativamente à Gastronomia é de referir a Açorda, Migas com Entrecosto, Sopa de Beldroegas, Ensopado à Pastora ou Favas Guisadas.
■ ArtesanatoNo artesanato típico há a referir a cestaria, obras em madeira, em cortiça e em vime, cerâmica e barros, os cobres martelados, artigos em ferro forjado, rendas e mantas tradicionais e artefactos de latoaria.
Foto: mysweetportugal
Vá visitar, Vale a pena.
Fontes e Fotos: wikipedia; http://www.cm-beja.pt/; http://www.museuregionaldebeja.net/; www.guiadacidade.pt/; http://www.visitalentejo.pt/; http://www.igogo.pt/; http://www.igespar.pt/ ; http://www.portugalromano.com/; http://algarvivo.com/; http://www.solaresdeportugal.pt/; Olhares; http://www.trekearth.com/; Flickr; http://www.skyscrapercity.com/; http://www.rt-planiciedourada.pt/turismo-beja/;http://www.mysweetportugal.com/; Panoramio; outros
Foto: Turismo Beja – Turismo Baixo Alentejo RT Planície Dourada
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