O nosso país tem belíssimos monumentos, cidades maravilhosas e paisagens sublimes que merecem ser visitadas e admiradas, mas como nem sempre é possível viajar, pelo menos podemos apreciar em fotografia, alguns desses locais espectaculares e que foram considerados pela "Unesco" como “Património da Humanidade”.
Património português classificado pela UNESCO como Património da Humanidade:
Hoje vou apresentar: o Mosteiro dos Jerónimos, classificado como património da humanidade pela UNESCO desde 1983.
Mosteiro dos Jerónimos é uma obra fundamental da arquitectura manuelina, testemunho da riqueza dos Descobrimentos portugueses.
Está situado em Belém, Lisboa, à entrada do Rio Tejo onde também marcam forte presença a Torre e o Centro Cultural de Belém.
A sua construção teve início no princípio do século XVI, por vontade de D. Manuel I, no local onde havia uma capela henriquina dedicada a Santa Maria de Belém, pouco depois de Vasco da Gama ter regressado da sua viagem à Índia. As suas enormes proporções encerram as nuances de inúmeros projectos, restauros e acrescentos, testemunhos de várias fases de um longo período de cinco séculos de história.
Os trabalhos correram inicialmente sob estreito controlo régio, que para a sua construção canalizava a "Vintena da Pimenta". Foram dirigidos por vários mestres, Diogo de Boitaca (c.1460-1528), João de Castilho (c.1475-1552), Diogo de Torralva (c. 1500-1566), Jerónimo de Ruão (1530-1601), são alguns dos nomes que o Mosteiro recorda e que deixaram marca indelével neste monumento.
Para ocupar o Mosteiro, D. Manuel I escolheu os monges da Ordem de S. Jerónimo, que teriam como funções, entre outras, rezar pela alma do rei e prestar assistência espiritual aos mareantes e navegadores que da praia do Restelo partiam à descoberta de outros mundos.
Sobreviveu ao sismo de 1755 mas foi danificado pelas tropas invasoras francesas enviadas por Napoleão Bonaparte no início do século XIX.
Durante quatro séculos a ordem de S. Jerónimo habitou nestes espaços, mas em 1833 foi dissolvida e o lugar desocupado. O Mosteiro dos Jerónimos passou a integrar os bens do Estado e o espaço conventual foi destinado ao colégio dos alunos da Casa Pia de Lisboa (instituição de solidariedade social destinada especialmente ao apoio a crianças), que aqui permaneceram até cerca de 1940.
No século XIX o Mosteiro assistiu a intervenções arquitectónicas pontuais que, embora não alterando a sua estrutura primitiva, vieram dar-lhe a forma que lhe conhecemos hoje. A cúpula sineira, o corpo do dormitório (hoje Museu de Arqueologia)
e a sala do Capítulo foram alguns dos locais que maiores alterações sofreram, tendo esta sido reconstruída em 1884.
A torre e o corpo do antigo dormitório foram profundamente alterados por intervenções revivalistas neomanuelinas, que introduziram elementos decorativos de temática marinha, rendilhados e arco-botantes, igualmente aplicados nas alas norte e oeste do anexo, mas abandonados na ala este, onde se evidencia a presença do betão armado, expressando total ruptura com a tendência anterior.
O edifício tem uma extensa fachada de mais de trezentos metros, obedecendo a um princípio de horizontalidade que lhe confere uma fisionomia calma e repousante. Foi construído em calcário de lioz que se tirava muito próximo do local de implantação, na Ajuda, no Vale de Alcântara, Laveiras, Rio Seco e Tercena.
A meio da fachada sul, voltada para o Tejo, rasga-se o belo pórtico de João de Castilho, estruturado ao modo de monumental relicário de ourivesaria, sobrepujado pela estátua da Virgem de Belém e o Arcanjo S. Miguel, e decorado com esculturas dos Apóstolos, Profetas, Doutores da Igreja, Sibilas e anjos. O portal é ladeado por dois janelões de arco redondo.
O Portal Oeste, a entrada principal do Mosteiro dos Jerónimos, foi feito por Nicolau de Chanterenne, é encimado por representações alusivas ao mistério de Belém; de cada lado da entrada destacam-se, as estátuas de vulto de D. Manuel e de D. Maria.
A igreja é de planta longitudinal, em cruz latina, com três naves cobertas por abóbada única, rebaixada, apoiada em oito pilares octogonais de grande altura, sistema que possibilita a criação de um espaço transparente, unificado e luminoso. A Sacristia obra do arquitecto João de Castilho, foi construída entre 1517 e 1520. Trata-se de uma ampla sala, em que a abóbada irradia de uma coluna central renascentista, na qual se notam vestígios do antigo lava-mãos.
Aqui se encontram entre outros, os túmulos dos reis D. Manuel I e D. Maria, D. João III e D. Catarina, D. Sebastião e D. Henrique. Alberga ainda os túmulos de Luís de Camões, Alexandre Herculano e, especialmente importante para todos os viajantes: Vasco da Gama.
No lindíssimo claustro real, um pequeno monumento simbólico guarda aquele que foi o universal poeta português do séc. XX, Fernando Pessoa, da autoria de Lagoa Henriques, executado em 1985.
Destinado essencialmente ao isolamento da comunidade monástica, o Claustro era um local aprazível e sereno que permitia a oração, a meditação e recreio dos monges da Ordem de S. Jerónimo.
Projectado por Diogo de Boitaca que iniciou os trabalhos no começo do século XVI, foi continuado por João de Castilho a partir de 1517 e concluído por Diogo de Torralva entre 1540 e 1541.
Pelo seu valor e simbologia, o claustro do Mosteiro dos Jerónimos representa um dos monumentos mais significativos da arquitectura Manuelina.
O Claustro, a Norte, de duplo piso abobadado e planta quadrangular, apresenta na sua decoração a originalidade deste estilo, ao conjugar símbolos religiosos (elementos da Paixão de Cristo, entre outros), régios (cruz da Ordem Militar de Cristo, esfera armilar, escudo régio) e elementos naturalistas (cordas e motivos vegetalistas que coabitam com um imaginário, ainda medieval, de animais fantásticos).
O Mosteiro dos Jerónimos é habitualmente apontado como a "jóia" da arquitectura manuelina, que integra elementos arquitectónicos do gótico final e do renascimento, associando-lhe uma simbologia régia, cristológica e naturalista, que a torna única e digna de admiração.
Para todos os que não têm possibilidade de se deslocar, para visitar este magnifico monumento, fica aqui uma Visita virtual.
"Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro." (Albert Camus)
Património português classificado pela UNESCO como Património da Humanidade:
Hoje vou apresentar: o Mosteiro dos Jerónimos, classificado como património da humanidade pela UNESCO desde 1983.
Foto: Pessoal
Mosteiro dos Jerónimos é uma obra fundamental da arquitectura manuelina, testemunho da riqueza dos Descobrimentos portugueses.
Foto: Pessoal
Está situado em Belém, Lisboa, à entrada do Rio Tejo onde também marcam forte presença a Torre e o Centro Cultural de Belém.
Fotos: Pessoais
A sua construção teve início no princípio do século XVI, por vontade de D. Manuel I, no local onde havia uma capela henriquina dedicada a Santa Maria de Belém, pouco depois de Vasco da Gama ter regressado da sua viagem à Índia. As suas enormes proporções encerram as nuances de inúmeros projectos, restauros e acrescentos, testemunhos de várias fases de um longo período de cinco séculos de história.
Fotos: Pessoais
Os trabalhos correram inicialmente sob estreito controlo régio, que para a sua construção canalizava a "Vintena da Pimenta". Foram dirigidos por vários mestres, Diogo de Boitaca (c.1460-1528), João de Castilho (c.1475-1552), Diogo de Torralva (c. 1500-1566), Jerónimo de Ruão (1530-1601), são alguns dos nomes que o Mosteiro recorda e que deixaram marca indelével neste monumento.
Foto: postaisportugal.com
Para ocupar o Mosteiro, D. Manuel I escolheu os monges da Ordem de S. Jerónimo, que teriam como funções, entre outras, rezar pela alma do rei e prestar assistência espiritual aos mareantes e navegadores que da praia do Restelo partiam à descoberta de outros mundos.
Sobreviveu ao sismo de 1755 mas foi danificado pelas tropas invasoras francesas enviadas por Napoleão Bonaparte no início do século XIX.
Foto: Pessoal
Durante quatro séculos a ordem de S. Jerónimo habitou nestes espaços, mas em 1833 foi dissolvida e o lugar desocupado. O Mosteiro dos Jerónimos passou a integrar os bens do Estado e o espaço conventual foi destinado ao colégio dos alunos da Casa Pia de Lisboa (instituição de solidariedade social destinada especialmente ao apoio a crianças), que aqui permaneceram até cerca de 1940.
No século XIX o Mosteiro assistiu a intervenções arquitectónicas pontuais que, embora não alterando a sua estrutura primitiva, vieram dar-lhe a forma que lhe conhecemos hoje. A cúpula sineira, o corpo do dormitório (hoje Museu de Arqueologia)
Antigo dormitorio dos Jerónimos
Foto: net
e a sala do Capítulo foram alguns dos locais que maiores alterações sofreram, tendo esta sido reconstruída em 1884.
Foto: www.360portugal.com
A Sala do Capítulo tem esta denominação por servir às reuniões periódicas dos monges, que tinham o seu início com a leitura de um capítulo da Regra. Originalmente pensada para este efeito, esta sala nunca foi utilizada para este fim pois só foi abobadada no Séc. XIX. Apenas a porta ficou concluída nos anos de 1517-1518, tendo sido executada por Rodrigo de Pontezilha.
No centro da sala do Cápítulo foi colocado o túmulo de Alexandre Herculano no século XIX, delineado por Eduardo Augusto da Silva, posteriormente modificado no século XX.
Foto:www.mosteirojeronimos.pt
A torre e o corpo do antigo dormitório foram profundamente alterados por intervenções revivalistas neomanuelinas, que introduziram elementos decorativos de temática marinha, rendilhados e arco-botantes, igualmente aplicados nas alas norte e oeste do anexo, mas abandonados na ala este, onde se evidencia a presença do betão armado, expressando total ruptura com a tendência anterior.
Foto: Pessoal
O edifício tem uma extensa fachada de mais de trezentos metros, obedecendo a um princípio de horizontalidade que lhe confere uma fisionomia calma e repousante. Foi construído em calcário de lioz que se tirava muito próximo do local de implantação, na Ajuda, no Vale de Alcântara, Laveiras, Rio Seco e Tercena.
Foto: Pessoal
A meio da fachada sul, voltada para o Tejo, rasga-se o belo pórtico de João de Castilho, estruturado ao modo de monumental relicário de ourivesaria, sobrepujado pela estátua da Virgem de Belém e o Arcanjo S. Miguel, e decorado com esculturas dos Apóstolos, Profetas, Doutores da Igreja, Sibilas e anjos. O portal é ladeado por dois janelões de arco redondo.
Foto_ Pessoal
O Portal Oeste, a entrada principal do Mosteiro dos Jerónimos, foi feito por Nicolau de Chanterenne, é encimado por representações alusivas ao mistério de Belém; de cada lado da entrada destacam-se, as estátuas de vulto de D. Manuel e de D. Maria.
A igreja é de planta longitudinal, em cruz latina, com três naves cobertas por abóbada única, rebaixada, apoiada em oito pilares octogonais de grande altura, sistema que possibilita a criação de um espaço transparente, unificado e luminoso. A Sacristia obra do arquitecto João de Castilho, foi construída entre 1517 e 1520. Trata-se de uma ampla sala, em que a abóbada irradia de uma coluna central renascentista, na qual se notam vestígios do antigo lava-mãos.
Aqui se encontram entre outros, os túmulos dos reis D. Manuel I e D. Maria, D. João III e D. Catarina, D. Sebastião e D. Henrique. Alberga ainda os túmulos de Luís de Camões, Alexandre Herculano e, especialmente importante para todos os viajantes: Vasco da Gama.
Foto: Wikipedia_AlvesGaspar
No lindíssimo claustro real, um pequeno monumento simbólico guarda aquele que foi o universal poeta português do séc. XX, Fernando Pessoa, da autoria de Lagoa Henriques, executado em 1985.
Destinado essencialmente ao isolamento da comunidade monástica, o Claustro era um local aprazível e sereno que permitia a oração, a meditação e recreio dos monges da Ordem de S. Jerónimo.
Foto: Pessoal
Projectado por Diogo de Boitaca que iniciou os trabalhos no começo do século XVI, foi continuado por João de Castilho a partir de 1517 e concluído por Diogo de Torralva entre 1540 e 1541.
Pelo seu valor e simbologia, o claustro do Mosteiro dos Jerónimos representa um dos monumentos mais significativos da arquitectura Manuelina.
Foto: Pessoal
O Claustro, a Norte, de duplo piso abobadado e planta quadrangular, apresenta na sua decoração a originalidade deste estilo, ao conjugar símbolos religiosos (elementos da Paixão de Cristo, entre outros), régios (cruz da Ordem Militar de Cristo, esfera armilar, escudo régio) e elementos naturalistas (cordas e motivos vegetalistas que coabitam com um imaginário, ainda medieval, de animais fantásticos).
Fotos: Pessoais
O Mosteiro dos Jerónimos é habitualmente apontado como a "jóia" da arquitectura manuelina, que integra elementos arquitectónicos do gótico final e do renascimento, associando-lhe uma simbologia régia, cristológica e naturalista, que a torna única e digna de admiração.
Fotos: Pessoais
Para todos os que não têm possibilidade de se deslocar, para visitar este magnifico monumento, fica aqui uma Visita virtual.
Fontes e Fotos: http://www.culturaonline.pt/; Wikipedia; http://www.ippar.pt/; www.panoramio.com; http://www.mosteirojeronimos.pt; Fotos pessoais; outros net
"Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro." (Albert Camus)