29/12/2010

Torre de Belém


O nosso país tem belíssimos monumentos, cidades maravilhosas e paisagens sublimes que merecem ser visitadas e admiradas, mas como nem sempre é possível viajar, pelo menos podemos apreciar em fotografia, alguns desses locais espectaculares e que foram considerados pela "Unesco" como “Património da Humanidade”.

Património português classificado pela UNESCO como Património da Humanidade:

Hoje vou apresentar a Torre de Belém, que juntamente com o mosteiro dos Jerónimos, estão classificados como património da humanidade UNESCO desde 1983.

A Torre de Belém é um dos monumentos mais emblemáticos e mais belos da cidade de Lisboa.


 Foto: Pessoal

A Torre de Belém ou Torre de S. Vicente, em homenagem ao santo patrono de Lisboa, S. Vicente, foi designada no século XVI pelo nome de Baluarte de São Vicente a par de Belém e por Baluarte do Restelo.

Construida na margem direita do rio Tejo, sobre um afloramento rochoso nas águas do rio, fronteiro à antiga praia de Belém, destinava-se a substituir a antiga nau artilhada, ancorada naquele trecho, pois era daí que entravam e saíam as frotas em direcção às novas terras de África e do Oriente, na época dos Descobrimentos.

Inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, progressivamente foi envolvida pela praia, até se incorporar hoje na terra firme.

Foi construída entre 1514 e 1520, para defesa da barra do Tejo e da cidade de Lisboa, de qualquer invasor que ousasse entrar em solo português, sendo uma das jóias da arquitectura do reinado de D. Manuel I.


Francisco de Arruda foi nomeado Mestre do Baluarte de Belém, após o seu regresso do Norte de África, onde se distinguiu pela edificação de algumas fortalezas. Iniciou a construção em 1514, sob a orientação do Mestre de Obras do Reino, Diogo de Boitaca, que na altura dirigia os trabalhos do Mosteiro dos Jerónimos.

Em 1520 a Torre estava concluída e, um ano mais tarde, era nomeado o seu primeiro governador, Gaspar de Paiva.


Pintura histórica, representando a Torre de Belém em inícios do séc. XIX, da autoria de John Thomas Serres.


A riqueza decorativa da Torre de Belém é essencialmente exterior. Com influências islâmicas e orientais nos elementos decorativos, ricamente decoradas em cantaria de pedra, as cúpulas de gomos que cobrem as guaritas cilíndricas, nos terraços da torre e nos ângulos dos baluartes, são disso um dos exemplos mais marcantes.

 Foto: Pessoal

Como símbolo do prestígio do Rei, a sua decoração ostenta a simbologia própria do Manuelino. É adornada com cordas e nós esculpidos em pedra, galerias abertas, torre de vigia, ameias em forma de escudo, decoradas com esferas armilares, a cruz da ordem de Cristo, e elementos naturalistas alusivos às navegações.

Foto: Pessoal
 Foto: Pessoal

De destacar a representação de um rinoceronte, a primeira em pedra que se conhece em toda a Europa, sustentando a base de uma guarida do baluarte virada a Oeste. A imagem foi baseada numa descrição escrita e num esboço, ambos de autoria anónima, de um rinoceronte-indiano que chegou a Lisboa no início de 1515 e era o primeiro exemplar vivo da espécie visto na Europa desde os tempos do Império Romano.


 Foto: Pessoal

A entrada na Torre de Belém faz-se pelo baluarte, ou casamata,  local onde se concentravam as principais funções defensivas. É uma sala de forma arredondada, com muralhas rasgadas por 17 canhoneiras para tiro rasante que são coroadas por merlões em forma de escudo com a Cruz de Cristo.

Baluarte, sala dos canhões
Foto: Pessoal

Subindo uma escada íngreme acede-se ao terraço do baluarte, também este com funções de defesa. Tem à sua volta seis guaritas, no vértice das faces do polígono, com janelas de vigia e cúpula de gomos. As ameias estão decoradas com escudos de pedra que têm a cruz de Cristo em relevo.

Foto: Pessoal

No terraço do baluarte é de admirar a beleza da fachada sul da Torre, virada para o Tejo, ricamente decorada. Nela se podem ver os símbolos da decoração manuelina. Ao centro, corre o parapeito correspondente ao claustrim do piso de baixo,  na face virada ao mar surge a imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso, com o Menino, também conhecida por Nossa Senhora do Restelo.

Foto: Pessoal

Num piso inferior, abaixo da linha de água, encontram-se as caves ou masmorras que serviram de paióis e mais tarde, de prisão política para altas individualidades.

Foto: Pessoal

A torre eleva-se cinco pavimentos acima do baluarte, ficando no último o terraço da torre, de onde se tem uma vista deslumbrante do estuário do Tejo e das suas margens, bem como de toda a zona de Belém e dos seus monumentos.


A torre quadrangular, de tradição medieval mas esguia, tem quatro salas abobadadas acima do baluarte:

- A Sala do governador, é assim chamada, provavelmente, pelo facto de ter aqui existido, em 1521, um cargo de Governador da Torre de Belém, desempenhado por Gaspar de Paiva. Aqui se encontra a boca oitavada da cisterna que recolhia e armazenava a água das chuvas.

Foto: http://www.torrebelem.pt/

- A Sala dos Reis, é a  2ª sala da Torre, com tecto elíptico e fogão ornamentado. Através desta sala tem-se acesso ao varandim ou balcão da fachada sul da torre.


 Fotos: Pessoal

- A Sala das Audiências no terceiro piso, é uma sala austera, utilizada como sala de reuniões. Junto ás janelas, de um e de outro lado da parede, encontram-se bancos em pedra. Na parede sul deste compartimento, rasgam-se duas janelas com balaustrada.

 Foto: Pessoal

- A Capela, é a 4ª sala da torre. Tem apenas duas janelas altas, sentindo-se um ambiente próprio à oração. Seria nesta sala que se alojava o oratório para as imprescindíveis necessidades espirituais da guarnição.

Foto: http://www.torrebelem.pt/

Ao longo do tempo, e com a construção de novas fortalezas, mais modernas e mais eficazes, a Torre de Belém foi perdendo a sua função original de defesa e durante os séculos seguintes desempenhou funções de controle aduaneiro, de telégrafo e de farol.


Foi também utilizada como prisão política, tendo os seus armazéns sido transformados em masmorras, a partir da ocupação filipina (1580) e em períodos de instabilidade política.

Para mais informações consulte o site oficial da Torre de Belém.
Fontes e Fotos: "culturaonline"; "wikipedia"; "igespar";"visitportugal"; "guiadacidade"; "torrebelem"; Pessoais;   outros net

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14/12/2010

Viagem à Laponia - Natal na terra do Pai Natal


Falar do Natal é também falar do Pai Natal uma figura importante em qualquer celebração de Natal e não deverá haver melhor lugar para encontrar o Pai Natal do que Rovaniemi, cidade mais importante da Lapónia, a norte do Circulo Polar Árctico, na Finlândia.



Hoje vamos viajar até à terra do Pai Natal, para conhecer um pouco mais os costumes natalicios do povo Finlandês.


Foto: gde-fon.com

A Lapónia (Lapin lääni, em finlandês) é considerada, a terra do pai natal é um dos mais belos lugares do mundo, e onde a cultura do Natal é considerada a mais forte do mundo.



Segundo a cultura originária do norte da Europa, a Lapónia é a terra onde habita Joulopukki (também conhecido na cultura latina como Pai Natal ou Papai Noel) e todo o seu séquito de duendes. Segundo a mesma cultura, o Pai Natal sai da Lapônia na noite do dia 24 de Dezembro, véspera de Natal, com o seu trenó puxado por renas carregado de presentes que os distribui a todas as crianças do mundo que se comportaram bem durante o ano.



Os primeiros a habitarem a Lapónia fizeram-no há oito mil anos. Os "lapões" chegaram há quatro mil anos e com uma economia baseada na caça. Assim continuaram até ao século XVI quando se iniciou o pastoreio de renas. Foi nesta época que o Cristianismo chegou à Lapónia.

Foto: www.finland.org

É a região mais setentrional da Finlândia, atravessada pela linha do Círculo Polar Árctico e um dos poucos lugares do mundo onde se pode encontrar ainda toda uma natureza intacta, intermináveis extensões agrestes, experimentar verdadeiros momentos de silêncio e calma difíceis de imaginar e um vasto mundo de espaços profundamente encantadores, diferentes e arrebatadores.

Foto: http://pichost.me

Devido à inclinação do eixo da Terra em relação ao eixo do Sol, a Lapónia, a norte do Círculo Polar Árctico passa até três meses no Inverno sem que haja claridade e até três meses durante o Verão sem que haja noite.

Foto: http://hdw.eweb4.com

A Lapónia é conhecida pelo Sol da Meia Noite no Verão e pela Aurora boreal no Inverno.

O Sol da meia-noite é a designação comum para o fenómeno que ocorre nas latitudes acima de 66º 33’ 39" N ou S, ou seja, para além do círculo polar árctico ou do círculo polar antárctico, quando o Sol não se põe durante pelo menos 95 horas seguidas.

Foto: 1ms.net

Na Lapónia, o inverno é rigoroso e gelado, a temperatura costuma rondar os 30 graus negativos, mas pode chegar aos 50 graus negativos, é nesta altura do ano que se pode ter a oportunidade de vislumbrar uma aurora boreal,  luzes coloridas que parecem dançar no horizonte.

Foto: http://hdw.eweb4.com

São partículas oriundas do Sol, que geram o chamado "vento Solar", que ao carregarem os electrões dos átomos de oxigénio e azoto da atmosfera geram efeitos coloridos. Para uma melhor observação, o céu deve estar limpo, sem nuvens, e será mais visível em noites de Lua Nova, a meio do inverno. É um espectáculo imperdível, um fenómeno natural magnífico.

Foto: www.freewallpaper.net

Como o país é muito frio, algumas famílias na noite de natal antes da ceia, costumam fazer saunas para poderem aquecer-se, tendo aqui a  lareira também um papel muito importante, não só pelo frio que faz, mas também pela preservação da lenda segundo a qual, o Pai Natal irá entrar pela chaminé da lareira.


Foto: net

O Natal começa com o pôr do Sol do dia 24 de Dezembro, quando o rádio e a televisão apresentam ao povo uma mensagem de paz. Rapidamente todos preparam as suas árvores e presentes.

Em seguida, dirigem-se ao cemitério para acender uma vela no túmulo dos mortos. Embora o Inverno seja rigoroso, na noite de Natal a ceia é feita de portas abertas, para que os que passam possam entrar e também sentar-se à mesa, porque o hóspede é sempre bem-vindo.


As crianças colocam fora da porta vasilhas com arroz e leite para as renas do Pai Natal, que vai passar para entregar os presentes.

Foto: http://www.nicewalpaper.com

Na interminável noite hibernal, o Natal vem prenunciar aos finlandeses que a boa estação já não está tão longe, pois logo o Sol voltará a brilhar.


Feliz Natal – Hyvää joulua


Fontes e Fotos:“Wikipedia”; “portalsaofrancisco”; “Finlândia.org.pt”, “Manualdoturista”; “Viagensimagens”; http://pichost.me; http://hdw.eweb4.com; http://www.nicewalpaper.com; outros


* Fotos: Net
As fotografias sem indicação dos autores é porque não os consegui identificar. Se forem suas, por favor queiram contactar-me que colocarei imediatamente o seu nome, ou retiro-as se for esse o seu desejo. Não é de maneira nenhuma minha intenção quebrar direitos de autor.

Photographs without the authors’ names are because I could not identify them. If they are yours, please contact me and I will put immediately your name, or remove them, if that is your wish. It is not my intention to break authors rights.


“Ainda que se percam outras coisas ao longo dos anos, mantenhamos o Natal como algo brilhante. Regressemos à nossa fé infantil.” Grace Noll Crowell

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06/12/2010

Pontes Históricas do Minho


A ponte é uma passagem, para a outra margem .....

Vamos conhecer outras margens, fazendo uma Viagem por algumas pontes históricas do Minho

Ponte da Lagoncinha sobre o rio Ave
A ponte da Lagoncinha atravessa o rio Ave, e situa-se no Lugar da Garrida, na freguesia portuguesa de Lousado, concelho de Vila Nova de Famalicão. Foi construída no século XII, provavelmente nas ruínas de uma estrutura romana que ligava Bracara Augusta a Cale, e foi classificada como monumento nacional em 1943, pelo IPPAR.

Foto: Net

Ponte de Barbeita Rio Ave
Esta ponte sobre o rio de Mouro situa-se no lugar de Ponte de Mouro, e liga Barbeita a Ceivães sobre o rio Mouro, em Monção.

Foto: wikipedia_JoseOlgon


Ponte da Arcos de Valdevez sobre o Rio Vez
Situada na belíssima vila de Arcos de Valdevez, sobre o cristalino rio Vez, este monumento é um dos símbolos da região, parte integrante de uma paisagem bucólica de grande beleza.

Foto: www.guiadacidade.pt

Ponte de Barcelos sobre o Rio Cávado
A Ponte medieval de Barcelos, sobre o Rio Cávado, é uma edificação gótica, do início do século XIV e foi considerada Monumento Nacional. Esta ponte foi sempre um importante local de passagem para os peregrinos do Caminho de Santiago.

Foto: wikipedia_Maragato

Ponte romana de Cavez (Cabeceiras de Baixo) sobre o Rio Tâmega
A Ponte de Cavez é uma ponte localizada em Cavez, Cabeceiras de Basto, sobre o rio Tâmega. Foi construída no século XIII e está classificada como Monumento Nacional desde 1910.

Foto: www.guiadacidade.pt

Ponte Romana sobre Rio Vizela
Em Vizela passava uma via romana que ligava Braga a Amarante, passando por Guimarães. Esta estrada atravessava aqui o rio Vizela, tendo sido construída uma ponte que dura até aos dias de hoje. Esta ponte é conhecida como «Ponte Romana» ou «Ponte Velha» e continua aberta ao trânsito de veículos ligeiros, atestando a robustez da engenharia romana.

Foto: Net

Ponte da Mizarela (Ruivães) sobre o Rio Rabagão
Esta ponte ergue-se sobre o rio Rabagão, no limite do concelho com Montalegre, situada em Ruivães. É uma ponte romana de um só arco, classificada como imóvel de interesse público. Cruza o rio Rabagão perto da confluência com o Cávado, no meio de um cenário grandioso, de penedias e torrentes.

Foto: www.feriasemportugal.pt

Ponte de Rodas (Caldelas) sobre o Rio Homem
Monumento Nacional, de arquitectura civil pública, medieval, construído na Idade Média na freguesia de Caldelas, sob o rio Homem e faz ligação entre a freguesia de Caldelas e o concelho de Vila Verde. É constituída por tabuleiro plano sobre três arcos desiguais, com dois contrafortes com talhamar de contorno triangular e talhante de contorno rectangular.

Foto: olhares.sapo.pt_Manuel Araújo

Ponte de Ponte da Barca sobre o Rio Lima
Ponte sobre o rio Lima Classificada como Monumento Nacional, esta ponte constitui uma das mais notáveis obras construídas no Portugal medieval da primeira metade do século XV.

Foto: http://www.planetware.com

Ponte Romana das Taipas sobre o Rio Ave
Esta Ponte sobre o rio Ave integrava o clássico eixo viário que ligava as localidades de Braga e Guimarães. Construída já em plena época moderna, esta via de comunicação é precedida de um caminho de terra que lhe dá acesso e se desenvolve entre muros delimitadores de diversas pradarias. É considerada a ponte mais baixa que atravessa o Rio Ave.

Foto: wikipedia_Feliciano Guimarães

Ponte de Ponte de Lima sobre o Rio Lima
A Ponte sobre o Rio Lima em Ponte de Lima é uma autêntica obra de arte que mistura o estilo medieval e romano, está classificada como monumento nacional. Esta ponte tem dois troços distintos, um romano e outro medieval. A ponte romana terá sido construída no séc. I, altura da construção da via iniciada por Augusto e que passa sobre a ponte. Os seus múltiplos arcos, quer de características romanas ou medievais, dão à ponte um aspecto único. Assenta em sete arcos de volta perfeita.  A ponte gótica é constituída por 17 arcos, estando dois deles soterrados pela praça de Camões e um outro foi destruído aquando das invasões napoleónica, em 1809.

Foto: Trekearth_ Patrick Ferreira


Ponte de Roldes (Fermentões) sobre o Rio Ave
Esta Ponte romana foi construída nos inícios da época Medieval, servindo ainda hoje para passagem pedonal. É uma ponte pequena com dois arcos.

Foto: www.guiadacidade.pt


Ponte do Prado sobre o Rio Cávado
A Ponte do Prado está localizada sobre o rio Cávado, entre São Paio de Merelim e a vila homónima (Vila de Prado), no distrito de Braga. Foi construída em granito, em 1617, é do tipo românica, constituída por nove arcos (5 ogivais e 4 redondos) e foi classificada como Monumento Nacional em 1910.

Foto: Diogo Guimarães

Fontes: Wikipedia; Guiadacidade; Jornaldasautarquias; outros
Fotografias: Wikipedia: Olhares; Panoramio; www.feriasemportugal.pt; www.guiadacidade.pt; Trekearth; http://www.planetware.com, outras net

 Ponte de Estorãos

 Foto: wikipedia_JoseOlgon


"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida. Ninguém, excepto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias.
Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar.
Onde leva?
Não perguntes, segue-o!" (Friedrich Nietzsche) 



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