08/07/2016

Belém - Capela e Memorial dos Combatentes




Da minha "voltinha" por Belém, já mostrei o meu perído de descontração, bebendo um cafézinho na esplanada junto à Torre, apresentei depois o Monumento aos Combatentes do Ultramar e agora vou mostrar a Capela e o Memorial dos Combatentes.






É uma Capela pequena e simples, um espaço sóbrio, de recolhimento e reflexão.  Para visitar o Memorial, passamos por um tunel estreito e sem luz natural, vendo-se já ao fundo em plena luz, o túmulo do soldado desconhecido.





Saímos da "escuridão" e vamos dar a uma sala bem iluminada, com uma "claraboia" no teto que deixa entrar a luz natural. Ao centro está o Tumúlo  de um soldado desconhecido, caído na guerra do Ultramar.  Ali se encontram também as bandeiras de Portugal e da Liga dos Combatentes.






Nas paredes do lado esquerdo e direito, dois poemas plenos de sensibilidade, humildade e respeito, escritos pelo General Joaquim Chito Rodrigues ( Presidente da Liga dos Combatentes ). 

À esquerda  o poema " Da Flor e da Música"




Da Flor e da música

Os que encontram na flor
Meigo incentivo e calor
Aos que na guerra
caíram
E a Pátria não traíram,
São quem busca na música
Verdadeira força telúrica
Capaz de dar ao clarim
O sentimento triste de um fim
Seguido de esperança clareada
Pelo toque alegre da alvorada.
Os que vivos cantam a glória
E dos mortos conservam a
memória
Não esquecem que de arma na mão
Defenderam de alma e coração
,
Os valores, as gentes e os avós
Que o mesmo fizeram antes de nós.
E
se Portugal quiser continuar a ter
Homens iguais aos que a História deixa ver
Deem
à flor e à música
,
o significado
Que o combatente dá ao seu país amado.


General Joaquim Chito Rodrigues



Do lado direito o Poema " Regresso"




Regresso


Está um vapor encostado ao cais
Que suporta a dor de mulher e pais!

Do porão, em guindaste elevado ao céu,
Sai um caixote envolvido em imaginário véu...

Véu de esperança à partida. Véu de guerra.
Véu que deita alguns heróis por terra...

Traz dentro, um marido e um filhote
E o caixão, não é mais que um caixote...

Saiu entre muitos, com seu Batalhão,
Regressa mais só... que a solidão...

Vem deitado. Erguido aos céus, não mexe mais.
Cai nos braços de mulher e pais.

Alguém esperando, tem uma Bandeira na mão...
Estende-a sobre um corpo dentro de um caixão...

Veio anónimo. Sem se saber o que terá sofrido.
Veio, como vem qualquer soldado desconhecido.


General Joaquim Chito Rodrigues


Ao fundo, no prolongamento de um túnel, a acompanhar e iluminar todos os que pereceram na guerra, está a imagem de Jesus Cristo.




Quando entramos, do lado direito no chão, está uma abertura coberta por um vidro, que nos deixa ver uma cisterna. Por cima, na parede, uma inscrição relembra o simbolismo da água na natureza e na purificação.





Uma gravação vai enumerando contínuamente, os nomes dos que lutando pela Pátria caíram em combate.




Próximo post do meu passeio: " À volta do Instituto Champalimaud "



3 comentários:

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” (Antoine de Saint-Exupery).

Obrigado pela sua visita e pelo carinho que demonstrou, ao dispensar um pouco do seu tempo, deixando aqui no meu humilde cantinho, um pouco de si através da sua mensagem.



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